sexta-feira, 28 de novembro de 2008

quem é essa tal de arte contemporânea, afinal?

Mal cairam as cortinas da nosso museu para..
tchãran! apresentar a nova exposição
e várias questões e discussões já haviam afolorado pelos corredores,
dentro e fora.

Recebi meu primeiro grupo com aquele friozinho na barriga que sempre dá quando preciso falar de trabalhos que ainda não tenho total apego, que eu nem mesmo tenho certeza do que sinto e penso em relação a eles, e eu já me conformei quando pisei aqui a primeira vez: só tende a piorar.

E é sempre uma questão delicada: falar de arte contemporânea pra quem nem mesmo sabe o que a palavra contemporânea quer dizer.

tempo..
quem não sentiu doer o tempo passando,
os conceitos de técnica e cor mudando,
valores,
ismo isso, ismo aquilo,
tudo diferente e sempre os "mismos"
não entende o quando é louco estar aqui,
na ponta da pirâmide,
ao sabor dos ventos que vêm de todas as direções e com todas as velocidades diferentes e cheiros e gostos e gritos e rostos

tudo se quebrou
não há mastros pra tentar se agarrar,
não há leis éticas noções de sentidos pontos cardeais.

liberdade
inexatidão

- o que é isso?
- só lembrando que eu não tô aqui pra explicar nada,
fiquem à vontade pra sentir,
pra questionar.
- não é obrigado gostar não,
desgostar também faz parte,
- é supimpa!
- o que ele quis dizer?
- pois eu prefiro esse de cabeça pra baixo!
- só lembrando que não pode fotografar com flash aqui dentro do museu
- lá fora também, não vão querer ficar cegando as galinhas, né?
- dá uma pena mesmo
- das penas? ou de mim?

enfim!
depois daqui, pra onde se vai?
quando se está no topo, quando não dá mais pra progredir,
a idéia é começar do zero?

ou o contemporâneo acaba mudando de contexto e sai do dicionário pra virar eterno

e aí, amigo,
o céu é o limite, acredite!
vamos romper a barreira do som
desafiar a lei da gravidade
vanguardar a teoria da relatividade dentro dum pó de guaraná.

vamos com Humberto velejar num mar de lama
e "se faltar o vento, a gente inventa".
isso é,
pra quem aguenta.

- e se eu quiser virar artista plástico?
- tem que ser um pouco louco?
- e se de médico e louco todo mundo tem um pouco..
- eu acho que agora entendo tudo
- ih, pois não deveria
- assim cê acaba nadando em círculos
- acho melhor treinar um balé!

e ainda acho importante amar as galinhas e se revoltar achando que elas tão sentindo frio ali, tadinhas, mas no café da manhã comi ovo mechido e vô nem mentir que frango assado é gostoso que só. Eu amo a Fauna eu amo a Flora, mas nessas horas eu não tenho nenhum dó.

nota de rodapé:
no entanto, apertem os sintos, estou sempre aberta a novas opiniões.
e por favor, não esqueçam, fiquem à vontade pra tentar me confundir.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça Artes Plásticas.


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